segunda-feira, 12 de setembro de 2011

[Parte 13] Passado Londrino - A Dama e A Torre

  Já era noite quando o sr. Simons escutou seu celular tocar. Ele estava em seu carro, voltando para casa, depois de um dia longo e turbulento. Ele ainda lembrava-se da acusação de Oliver. Enfim, o dia havia terminado. Pegando o celular, ele atendeu. Em segundos ele emudeceu.
  Sua filha Ruby era quem ligava, porém ela estava chorando, desesperada.

- Ruby, o que está acontecendo? - Perguntou em desespero o sr. Simons.
- Pai, estou com o Oliver. Ele disse que irá se vingar. Pai por favor, me ajuda! - Ela chorava e soluçava.
- Onde você está?! Ruby!
- Olá Vincent! - Quem falava agora era Oliver.
- O que você fez? O que você quer com ela?! Deixe-a livre! - Ordenou o sr. Simons.
- Pode até ser que isso aconteça. Venha nos encontrar, ouça o sino. Estamos na torre. E venha sozinho, se quiser que tudo acabe bem. - Oliver falou, desligando o celular em seguida.

  O sr. Simons sabia para onde deveria ir. A Torre do Big Ben. Era o lugar favorito de Ruby. Desde pequena, sempre que ela passava por ali, seus olhos brilhavam. Ele temia que Oliver fizesse algum mal para ela. Mas como ele havia encontrado Ruby? E como ele sabia que ela era sua filha?
  Pegando o primeiro retorno, mudando assim de percurso, o sr. Simons dirigia-se com pressa para a torre.

  Cinco Horas Antes

  Cruzando o hall de entrada da empresa, Oliver avistou Ruby. Logo ele caminhou até ela.

- Ruby! Que bom te encontrar! - Ele exibiu um enorme sorriso para ela.
- Oi Oliver! Não esperava te encontrar aqui. - Ela falou surpresa.
- Eu sei, também não esperava te encontrar. Que tal irmos almoçar juntos? 
- Pode ser, mas vou falar com meu pai.
- Ah! Depois você fala, assim posso pagar o café que fiquei te devendo. Por favor?
- Está bem Oliver. Vamos, depois eu falo com ele. - Ela sorriu, cedendo sua vontade.

  Ter encontrado Ruby ali tinha sido a melhor coisa para Oliver. Ele agora tinha algo, ou melhor, alguém, que poderia ajudá-lo a obter a confissão do sr. Simons, mesmo que fosse involuntariamente.
  Ele precisava ganhar tempo com ela, pensar no que poderia fazer. E como atrair o sr. Simons. Ele passou o almoço conversando com Ruby. Falou sobre os assuntos mais diversos, sempre tentando entrar no passado da família.
  Ela era filha única, sempre muito apegada ao pai. Ela seria o ponto fraco dele. E o sr. Simons faria qualquer coisa para protegê-la.
  Oliver conseguiu convencê-la a passar toda a tarde com ele, caminharam por lojas, livrarias, ruas e parques. Aproveitaram o sol de outono sentados em um banco em frente à um lago. E ao anoitecer, Oliver quis fazer um último passei, porém que fosse especial para Ruby. Queria ir ao lugar favorito dela, onde ela gostava de ir quando estava com o pai. Ela disse para ele que adorava a Torre do Big Ben, e foi para lá que eles foram. Ela mal sabia que estava traçando um terrível destino, no lugar onde ela mais gostava de estar.
  Eles conseguiram entrar na torre, a sorte parecia a favor dele. E subiram até o topo. A vista era perfeita, e o tempo passou, deixando-os às sós. Era o momento perfeito para Oliver. Ele caminhou em direção da porta e trancou-a. E sem mais esperar, ele falou para ela: "Seu pai matou o meu. E agora irei me vingar. Ligue para ele".
  Ruby ficou imaginando se aquilo seria uma brincadeira. Seria de péssimo gosto, mas seria melhor que fosse brincadeira.
  
- Oliver, não tem graça. Abra a porta. Quero ir embora agora.
- Não é brincadeira. Ligue para ele, agora! - Ele falou ferozmente.
- Abra a porta! Não acho graça nisso! Irei gritar! - O desespero começava a tomar conta dela.
- Pode gritar, ninguém irá te ouvir. Estamos sós, em uma torre. Você não tem saída! Ligue!

  Começando a chorar ela pegou o celular e ligou para o pai. Minutos depois, Oliver tomava o celular das mãos dela, e a apertava pela cintura. Ruby agora estava presa. Não haveria saída. Oliver sabia que não poderia mais desistir. O fim de tudo estava cada vez mais próximo.

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